Uma saudade de você, vó.

Naquela segunda feira, em setembro de 2023, tenho certeza que você me poupou de te ver morrer em meus braços. Só por isso consegui te carregar suada e molinha até a sua cama. Lá você corou de novo, me deu esperança e segundos antes de partir afirmou que queria uma coca-cola. (escrevi sobre aqui).

Minha vó e eu

Eu ainda choro de saudade, vó. Sonho com você quase sempre. Penso em você em toda festa, em todo prato de comida boa e em todas as datas comemorativas. Lembro, sorrindo, de suas frases tolas, engraçadas e julgadoras, e das inúmeras tentativas de completar uma frase inteira depois do AVC, que sempre resultou em gargalhadas, inclusive as suas.

No natal me deparei com castanhas portuguesas no mercado e não contive o pranto. Transbordou lá do fundo do peito. Constrangida, catei as castanhas, engoli o choro e rapidamente fugi em direção ao carro. Portas trancadas, engrenei a ré como se quisesse voltar aquele tempo, onde as castanhas portuguesas compunham a cena da mesa farta, árvore de natal feita de chocolate, presentes, gente falando alto e o barulho de gás ao abrir mais uma garrafa de coca-cola.

Hoje é páscoa e depois que nós crescemos e os maiores ovos de páscoa do mundo, feitos por você, perderam o valor, páscoa virou assunto de gente grande. Era dia de bacalhau, né vó? Era “cantar” o menu e você se deliciava em longo som: “Hummm… gosto muito.” Falava com orgulho do bacalhau se referindo ao seu pai português com propriedade, aquele que você nunca teve proximidade, mas jamais julgou.

Sei que você guardou suas dores, viveu num mundo paralelo, criou sua própria realidade e por muitas vezes insistia para que nos adequássemos à ela. Sei da sua vontade de viver, experimentar e realizar, mas também sei da dificuldade de viver presa a muitos padrões limitantes. Vi você perdoando tantas pessoas, deixando menos dolorido e tentando ser “livre”. Acredito que livre, livre mesmo só depois do avc. Das doenças psicossomáticas, essa em especial, veio da sua desordem emocional. E, no seu caso, o avc foi libertação. Todos os olhos se voltaram para aquela Marli que nos fez ser forte. E te vi se desfazendo das crenças, deixando o controle, sendo quem você realmente gostaria de ser. Leve. As preocupações ficaram todas com a minha mãe que foi sua cuidadora invencível e te ofertou todo carinho, cuidado, atenção e diversão que podia (e não podia) dar. Restaurante, shopping, festa, água de coco na praia, salgadinho, batata frita, pizza…

A saudade não me enlouquece. Sei bem o lugar que ela ocupa. Mas confesso que é um pesar não tê-la aqui. Sinto uma espécie de solidão, como se ninguém mais fosse me olhar com os seus olhos. Era só você que impunha suas mãos sobre a minha cabeça e decretava qualquer coisa benéfica “em nome de Jesus”. Você era a própria fé e festa. Lembra dos aniversários das bonecas, dos cachorros, dos vizinhos…? E os nossos aniversários que você fazia ser feriado nacional. Eu juro que venho tentando fazer igual.

Esses dias, enquanto ajudava a minha irmã a arrumar sua casinha nova, no meu silêncio pensava em você. Imaginei você fazendo festa em cada um daqueles ambientes e preparando todo o enxoval: lençol, toalha, lixeira, planta e tudo mais que coubesse no limite do cartão Carrefour. Carrefour era um dos nossos passeios preferidos. Da tecnologia ao saquinho de Bubballo que ninguém mais levava pro lanche da escola. Vó, o primeiro celular que eu vi na vida era seu. Aquele de flip, da Motorola, de linha. E nós ficávamos andando na rua com a antena em riste em busca de sinal (que nas Vargens nem tinha rs). O vídeo cacete acoplado na TV era novidade também e você instalou no seu quarto onde passávamos as tardes de domingo vendo TV. E quando surgiu o microondas e lava-louça você comprou um para cada filha. Você era muito fora da caixinha, vó.

Quando engravidei aos 16 anos você foi a primeira a me acolher e no dia seguinte da notícia que abalou a estrutura familiar, foi você quem chegou com enxoval pronto. E se apaixonou perdidamente pela bisneta que era extensão de mim. A Anna Julia foi a sua “pequeninha”, até seus útimos dias aqui.

Eu, minha filha (com vestido de cinderela que minha vó mandou fazer) e minha vó segurando a vela.

Todas as nossas conquistas eram celebradas. Seus olhos brilhavam e você fazia questão de ser presença. Faculdade, casamento, dança, canto, culto, festa, cerveja (até cerveja), cachorro, filho, comida, música. Todas as realizações de cada um de nós era festejado com prazer.

Com a Ipa, nossa cachorra.
Na minha formatura da faculdade.

Foi você quem me ensinou a ler e escrever. Era alfabetizadora de mão cheia.
Lembra que o David disse que escolheu ser professor por te admirar? Eu escolhi festejar todo e qualquer motivo por causa de você também. Penso no quanto é bonito ter passado por essa vida tocando tanta gente…

O David pediu a namorada em casamento no cinema, vó! Você estaria batendo palmas na primeira fileira, se empanturrando de pipoca e guaraná.

Tenho certeza que todos nós sentimos sua falta nesse dia.

E estamos sentindo hoje de novo que não teve bacalhau e não teve você. Saímos para comer com sua filha que nos últimos anos virou sua mãe, com a Vanessa, sua filha do coração, Jessica, minha irmã, e Anna Júlia, a pequeninha. Falamos pouco de você, mas celebramos falando alto, com comida boa, coca-cola e uns dedos de prosa. Certeza que você ficou feliz.

Eu não sei como é aí onde você está, mas tenho certeza que você está cercada de crianças, produzindo uma mega celebração de páscoa no céu e certamente levou o coelhinho, que nada tem a ver com a ressurreição, mas você faria questão de confeccionar orelhinhas e os rabinhos de pompom.

Aproveitando que hoje é o dia da ressurreição e você repetiria muitas vezes que “porque Ele vive, posso crer no amanhã” que sejamos inspirados pelos seus ensinamentos, ora rígidos, ora lúdicos, e sejamos fortes para renascer, desatando nós, desfazendo grande acordos geracionais e acima de tudo respeitando e agradecendo por sermos parte da sua história, de quem você foi e de tudo o que aprendemos até aqui. Que possamos nos mover com propósito em direção ao entendimento e cura de qualquer possível doença física e mental. E que sejamos unidos, em festa, exatamente do jeito que você ensinou, sem deixar ninguém de fora.

Feliz Páscoa, vó. Estamos furando muitas bolhas por aqui e, mesmo com saudade, estamos bem.

Te amo.

Beijo da neta mais bonita.


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Por relacionamentos com mais roteiros e menos rotina.

Quando eu e Dani já estávamos juntos há algum tempo, conversamos sobre a minha vontade de experimentar coisas diferentes. Além da praia, eu também gostava de serra. Ele é do surf e eu queria ampliar os horizontes para além da Prainha (uma das praias preferidas dos surfistas do Rio de Janeiro).

O sentimento agradável de escapar da rotina começou quando eu ainda era criança.

Quando morava com meus pais, não tínhamos o hábito de viajar, pois simplesmente não tínhamos condições financeiras para isso. Lembro-me de apenas duas viagens que fizemos juntos: uma para Porto Firme, em MG, e outra para Cabo Frio, no RJ. Mas, os domingos de praia eram sempre incríveis. Uma vez passamos um carnaval acampado na areia, e a praia era tão próxima da nossa casa que, se me lembro bem, encurtávamos o perrengue indo tomar banho no nosso chuveiro residencial. rs

Já a minha avó alegrava a criançada e frequentemente saia com um grupo de crianças em passeios estratégicos para a a Quinta da Boa Vista, Bosque da Barra, Barrashopping. Esses passeios eram grandes eventos. Eu adorava.

Eu passava todas as férias escolares na casa da minha bisavó, em Casimiro de Abreu. E, ainda criança, achava libertador pegar estrada num ônibus grandão e ficar uns dias longe das limitações dos meus pais.

O sentimento transbordou quando encontrei um parceiro para dividir a vida

Eu sabia que tinha vontade de viajar, mas não fazia ideia por onde começar. Na verdade, nem o Dani sabia. Até então, suas viagens eram para destinos específicos de surf, visitas à família e viagens com pais, irmãos e primos ainda na infância. Após essa conversa no início do nosso relacionamento, começamos a nos libertar das amarras.

As descobertas e experiências nas primeiras viagens

Nossa primeira viagem juntos foi para visitar a minha sogra em Vila Velha, lugar onde o Dani passou boa parte da sua infância. Amei explorar o litoral Capixaba, degustar a culinária local, aprender a apreciar o caranguejo da forma mais raiz possível (com farofinha amarela, vinagrete e os “destroços” do caranguejo misturados na casquinha como base) e me aventurar na sobremesa afetiva que ele tanto falava: o doce de jaca (um gomo de jaca passado no açúcar e vendido como bananada). Essa experiência de conhecer e se conectar com o que é significativo para o outro é algo especial.

Na segunda viagem, passamos o carnaval com um casal de amigos em Visconde de Mauá. Apesar da monotonia e da grana ser bem mais restrita naquela época, fomos nos descobrindo e tomando gosto por viagens. Foi em Visconde de Mauá que comemos truta pela primeira vez: truta na manteiga com arroz de amêndoas por apenas R$ 6,90 o PF. Maromba ainda era destino preferencial dos hippies e mochileiros e não oferecia opções de alta gastronomia e hotéis cinco estrelas.

À partir disso, nossas viagens de férias anuais eram para Vila Velha. Acabei me identificando bastante com a atmosfera capixaba e cheguei a me considerar parte desse local, inclusive. rs

A primeira viagem internacional juntos

Nossa primeira viagem internacional juntos foi para Punta Cana e Panamá. Durante essa viagem, percebemos que resorts e excursões não eram nosso estilo… apesar de todas as recomendações sobre os perigos de sair da área do resort, foi exatamente o que fizemos. Inclusive, optamos por não retornar ao hotel no ônibus do passeio pelo Canal do Panamá. Após seguir um grande grupo liderado por um guia com microfone e muita conversa desnecessária, achamos que isso nos impedia de aproveitar o passeio em nosso próprio ritmo.

Isla Saona – República Dominicana

O combinado

Depois disso, decidimos: fazer uma viagem internacional por ano. E seguimos essa meta até 2019, quando fomos interrompidos pela pandemia.

As viagens internacionais eram a grande meta anual, mas de vez em quando rolava umas viagens curtinhas.

Passamos por muitos lugares: Chile, Argentina, Uruguai, Londres, Espanha, França, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda, Portugal, Polônia, Hungria, California, Vegas… Viajamos tanto com amigos e família quanto somente nós dois. Sempre buscando experiências menos turísticas, explorando e vivenciando os destinos.

O entendimento

Entendemos que lidar com o processo de aeroporto e avião pode ser bem cansativo, que o trem é uma opção prática, mas que não há nada como viajar de carro e ter a liberdade de parar – sem planejamento – ao ver uma grande plantação de trigo ou girassóis, uma vendinha à beira da estrada, um rebanho de ovelhas correndo ao pôr do sol ou uma piscina natural convidativa para um mergulho.

Monsaraz – Portugal

Mas, o que mais descobrimos juntos foi a bela conexão que existe entre nós em todas as viagens. Além de passarmos mais tempo juntos, longe da rotina exaustiva de casa e do trabalho, acabamos experimentando, explorando e descobrindo gostos em comum que nos tornam mais cúmplices.

Teugelsberg – Berlim

Foi nessa coleção de viagens que tomamos cerveja juntos pela primeira vez, tive coragem de experimentar uma roda gigante e um teleférico, decidimos gastar todo o dinheiro que ganhamos numa jogatina jantando no melhor restaurante da cidade, enfrentamos desafios com o idioma, moeda e multa, nos emocionamos em Auschwitz, visitamos a cervejaria mais antiga do mundo, nos acabamos em cerveja e moules-frites em Bruges, vimos neve e enfrentamos o dia mais quente registrado na França em 2019.

Weihenstephan, a cervejaria mais antiga do mundo – Alemanha
Bruges – Bélgica

Olha, eu recomendo. Faz um beeeem!



Links afetivos – Setembro 2023

Vivo lendo e vendo muitas coisas por ai é por isso que todo último dia do mês a meta é dividir meus achados selecionados em forma de links. Para inspirar, suspirar e renovar. Quem sabe não tem alguma coisa aí que vai fazer diferença pra você?

Compras

  • Casalingo, loja on line de objetos cotidianos com identidade brasileira. Simplicidade com taaaanto bom gosto… O tipo de loja que eu teria.

Vídeos

  • O projeto Continue curioso conta sobre recomeços profissionais em pequenos filmes. Sobre pessoas que seguiram sua intuição e resolveram recomeçar mais felizes e realizados, promovendo mudanças pessoais e coletivas. É muito inspirador.
  • Histórias de TERapia, contadas por pessoas lavando louça. Histórias reais, cheias de significados.
  • O primeiro vídeo que assisti faz 4 anos e vale outro link. A descoberta do câncer metastático da Jussara Del Moral, Supervivente, contado de forma leve e inspiradora.
  • Libreflix, plataforma de filmes e documentários independentes para assistir gratuitamente.

Música

Leitura

  • Por que ninguém me disse isso antes?“, livro que terminei de ler nesse mês. A psicóloga Julia Smith reuniu respostas ao enredo da pergunta ouvida muitas vezes em seu consultório. Como rever as emoções, filtrar os pensamentos, observar o comportamento diante das situações adversas, tomar coragem e ir para a vida. Também tem técnicas de atenção plena bem presentes. Uma leitura terapêutica.

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Por que ter um blog?

Enquanto penso, organizo. Enquanto escrevo, repenso. Enquanto leio, transmuto.

Os textos mais profundos, cada hora “batem” de uma forma. E eu adoro reler.
Os posts mais informativos com links, roteiros, música, receitas ficam guardadinhos em arquivos. Adoro ter.

Curiosidade

Até poderia até soar como egoico para desconhecidos, mas eu sinceramente acho que tenho muito o que contar.

Já escrevi de outras formas: por e-mail, escondido no bloco de notas, por whatsapp, no google docs, no notion, no evernote, no blog do Sítio Veredas, e em outro blog pessoal, o Pudim de Letras, que segue lá, publicado e cheio de lembranças de uma imaturidade bonita. Foi através do Pudim que conheci duas pessoas especiais: Raysla e Leonardo. Eles também se conheceram através dos seus blogs, se casaram e vieram me visitar no Rio de Janeiro.

Propósito

Dividir os aprendizados é um ato de serviço. E servindo se faz potência.

São quarenta anos de vida e 23 deles sendo mãe. Já poderia até ser o bastante se entre esses anos não houvessem tantos rompimentos comigo mesma, perdas e separações, apegos e presença, tentativas e erros, mágoas e perdão, tristeza e alegrias, muitos aprendizados. Assim como na vida de tantas outras pessoas que compartilhando suas vitórias e derrotas também me colocam em movimento. Aliás, agradeço. É por todos esses professores da (de) vida que estou aqui.

Daqui me importo com a estética (gosto de coisas bonitas e minimamente organizadas), mas não com o engajamento. Deveria? Talvez. Ainda tenho uma timidez estranha, que limita. Quero falar, mas não quero que saibam quem eu sou. Sabe como?

Não sei o que pode acontecer e nem em quem vai chegar as coisas que escrevo por aqui, mas todas as vezes em que escrevo desejo fortemente que haja identificação com quem passar por aqui.

Adiante

E assim, sigo adiante. Prometo ser mais ativa, ainda que continue “falando com as paredes”.
E apesar de não pensar no engajamento, eu quero sim aprimorar esse crescimento. Quero me envolver e ser envolvida por quem lê e continuar aprendendo com outras interações. Servir à alguém e não às paredes. Mas todo passinho já é caminho.


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Como iniciar o planejamento de uma viagem

Meu processo pessoal para planejar uma viagem com roteiro e otimização.

Destinos

Faz muitos anos que alimento uma planilha com todos os lugares que gostaria de conhecer. Lá tem todas as informações que surgiam em revistas, sites, rede social e me despertavam desejo e curiosidade. Para cada destino específico, uma “abinha”. É muito bacana reunir essas informações porque cada vez que surge uma oportunidade de viajar eu já tenho onde consultar com meu próprio filtro.
Nesse período de pandemia confesso que por várias vezes achei que não viajaria de novo. Deixei de sonhar e a planilha ficou realmente de lado… Só esse ano dei uma olhada nela de novo. Esse ano, a vida, os desejos e expectativas já eram outros. E, claro, os apps também. Vocês já conhecem o Notion? Eu amo. É todo lindinho, organizadinho e eu já uso para várias outras áreas da vida. Agora tô passando todas essas informações de viagem para o Notion, bem devagar e ainda descobrindo um melhor layout para facilitar as minhas consultas e inclusão de informações.
E por lá separei os destinos por: quem sabe um dia, já fui e voltaria.

Passagem

Geralmente viajamos de milhas. Até 2019 transferíamos nossas milhas para a Latam sempre em decorrência de alguma promoção de duplicação. A última passagem tirei direto pelo esfera e dessa vez voamos pela Azul. Aliás, recomendo.

Antes da compra avalio preços de passagem pelo Voopter. Além da consulta das passagens baratas, você pode escolher o destino, até 4 datas de ida e 4 datas de volta e criar alertas para possíveis promoções. Quando surgir algum preço bacana, vai na “rataria” das pesquisas no site da própria companhia, no esfera e etc… Dá trabalho, mas dá certo.

Rotas

Depois da passagem comprada, já munida das minhas informações, começo planejando a viagem no google maps. Usando o modelo satélite vou dando zoom e procurando lugares bacaninhas, não tão turísticos, onde seja possível caminhar por ruas residenciais, observar as casas e o modo de viver das pessoas locais, entrar no mercado do bairro, visitar lojinhas… à partir daí busco opções de hospedagem e vou traçando rotas para lugares mais distante que não gostaria de deixar de visitar. Isso impacta diretamente na localização final da hospedagem, locação de carro, meios de locomoção e no roteiro geral para adequar inclusive aos horários.

Não é nada engessado. É só um estudo e organização prévia para não papar mosca e ficar perdido sem saber o que fazer no lugar onde está e se ver refém daqueles livrinhos “pega turista” que oferecem na recepção do hotel.

Agora já temos:

  • Passagem com horários de chegada e partida
  • Listinha com os locais que gostaria de ir (os que anotei em pesquisas durante a vida)
  • Estudo do mapa com os devidos pins
  • Planejamento de rotas
  • Ideia de melhor localização

Roteiro

O próximo passo é criar o roteiro. Vou desenhando dia por dia com todas as informações pertinentes e aí pensando em quantos dias gostaria ou preciso ficar em cada local.

Tá aí o modelo de roteiro de uma das últimas viagens, em 2019. Anoto a média do tempo de viagem, os locais que gostaria de parar, informações importante sobre hospedagem, café da manhã, estacionamento e tudo o que for importante para o dia e o destino.

Roteiro em mãos, vamos ao Booking pesquisar os hotéis. Confesso que sou chatinha com essa parte. Sempre verifico bem as avaliações sobre cama, banheiro, se tem janela e se bate sol. Sou super alérgica e depois de chegar de um dia inteiro de badalação priorizo tomar um bom banho e dormir bem, numa cama confortável, sem alergias. Por isso avalio conforto, localização e preço. Às vezes preciso alterar uma coisa ou outra no roteiro devido à localização do hotel, faz parte.

Planejamento e otimização

Com tudo pronto, baixo o mapa off line para ficar garantido. Nas últimas duas viagens comprei chip local e nem precisaria baixar o mapa, mas vai que…

Esse rolê todo dá muito trabalho e leva um tempão. Meses. Mas já começo a viajar quando inicio o planejamento. Silencio o celular, vou para um cantinho sem interrupções e já entro na viagem sem nem levantar o bumbum da cadeira. Adoro!

O roteiro (que sempre levo impresso) é bacana, mas não precisa ser ao pé da letra. O bacana das viagens também são as descobertas, a ressaca master da bebedeira do dia anterior que muda tudo, aquele restaurante que um amigo indicou mas a fila é de matar, o lugar genial que achou na estrada e vai fazer diminui o tempo de estadia na próxima parada… Enfim… Roteiro é planejamento, não regra.

No mais, tomara que essas informações sejam pertinentes para alguém. E se vocês planejam de um jeito diferente, me conta também?

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Hábitos e rotinas da manhã

Existem alguns hábitos e rotinas da manhã que eu gostaria de incluir ou fazer diferente da forma que faço hoje. Mas uma das coisas mais importantes para começar é entender que os hábitos e rotinas precisam se adequar à nossa vida real.

Mude seus horários, mude sua vida“, foi um dos últimos livros que li e recomendo. No livro tem dicas importantes para usar o relógio biológico ao seu favor e entender o melhor horário para se exercitar, comer, trabalhar, dormir. Aquele ciclo circadiano redondinho para ter mais saúde.

ciclo circadiano

Seria maravilhoso conseguir seguir à risca todas as dicas do Dr. Suhas Kshirsagar. Eu, por exemplo, adoraria dormir com as cortinas abertas e acordar ao sinal da primeira luz da manhã, mas dentro da minha realidade meu marido tem hábitos mais noturnos, não dorme cedo e precisa estender o sono até mais tarde. Nosso quarto tem blackout e fica super escuro até que ele decida acordar. Por isso o modelo dormir cedo e acordar ao nascer do sol não cabe na minha rotina.

Bom, a última coisa que quero é convencer alguém de que é preciso fazer coisas muito desafiadoras que desorganizam todo o resto. Mas quero te provar que mesmo que seja num passinho mais curto, com hábitos simples e alcançáveis é provável que já encontre uma melhora significativa na saúde e bem estar.

Aqui vai uma listinha de coisas que eu tento fazer durante as manhãs (e não significa que eu consiga sempre):

Levantar da cama assim que abro os olhos

Quase impossível pegar o celular para conferir a hora sem dar aquela espiadinha no feed. Duas piscadas e quando vejo perdi 1, 2 horas de vida (sim, de vida). Quem nunca?
Então assim que abro os olhos e espreguiço preciso levantar da cama imediatamente. Qualquer descuido e sou tragada pelo mal da humanidade, a rede social. O ideal mesmo seria colocar o celular em outro cômodo e comprar um despertador de verdade, mas ainda não desapeguei. Confesso.

Raspar a língua

Esse hábito já foi incorporado lindamente na minha rotina. Raspo a língua todos os dias.
Uma das coisas que aprendi nos estudos sobre ayurveda é que as toxinas não absorvidas pelo organismo durante a noite são expelidas também pela língua. Aquela camadinha branca que fica na língua é sinal de toxina. E se você não raspa leva de volta ao organismo na primeira oportunidade.
Raspar a língua melhora a digestão, o hálito, a saúde bucal, melhora a sensibilidade ao sabor dos alimentos… só tem benefícios.
Com a prática diária a língua vai ficando mais limpinha e saudável.
Meu raspador é de cobre, da Holistix.

Arrumar a cama e abrir as janelas

Eu nem consigo explicar a sensação boa que me invade quando consigo acordar, abrir as janelas e arrumar a cama. Adoro cama arrumada e luz natural. Seguida uma da outra é prazer purinho. Já começo o dia bem. Me sinto feliz. Energizada. Tenho vontade de molhar as plantas, sair pra correr (e eu nem corro). rs

Tomar café da manhã com calma

Depois de adulta descobri o prazer de tomar café da manhã. Café sem açúcar já virou hábito também. Adoro começar o dia com a mesa arrumada e café fresquinho. Nem que seja só para mim.

Movimentar

Me movimento quase diariamente. E o melhor horário, para mim, é pela manhã. Entre 7:30 às 10:00 horas é o horário que incluo alguma atividade para movimentar o corpo. Hoje faço pilates, yoga, bicicleta. Ainda preciso incorporar como prática diária, sem pular o final de semana. Uma hora vai.

Foto por Anna Shvets em Pexels.com

Meditar

Para mim ainda não é fácil manter como hábito diário. Ainda preciso de um lugar calmo, silencioso, em paz e nem sempre consigo. Definitivamente é o que mais causa impacto na minha vida. Começar o dia em silêncio, olhando pra dentro de mim é um bálsamo. Abre um portal para todo o resto.

Foto por Marta Wave em Pexels.com

Ler e escrever

Geralmente é depois da meditação. Leio algumas páginas do livro da vez e faço anotações.
Depois dessa leitura, escrevo. Escrevo sobre qualquer coisa. Como foi meu dia anterior, como gostaria que fosse o dia de hoje, sobre as coisas que ando pensando, os insights depois da meditação. Às vezes escrevo fazendo uma oração ou análises sobre o trecho de uma música, uma frase que ouvi ou li. Escrever é um belo exercício de auto conhecimento também. Tem coisas que só saem da gente por escrito.

Foto por Judit Peter em Pexels.com

Planejar o dia

Saber o que vai acontecer no dia é chave pro sucesso produtivo. Priorizo fazer listinhas de tarefas, de compras e organizo por prioridades. Ao final do dia é muito gratificante saber que as prioridades foram concluídas com êxito. Para listar as tarefas uso todoist e adoro.

É assim que vou construindo manhãs poderosas que impactam diretamente na minha saúde física e mental. Devagar mesmo, do meu jeito. Um dia de cada vez vou indo ao encontro dos hábitos que só eu posso fazê-los mais prazerosos e eficazes.

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Checklist mensal – Maio 2023

Um dos projetos para esse blog é dividir algumas ideias que me ajudam a organizar a vida. Pensar antes, planejar e ir moldando conforme é possível me faz chegar mais próximo de alguns objetivos.
Por exemplo, maio tem dia das mães, aniversário da minha mãe, pré aniversário do meu pai, pré aniversário de casamento… Quando listo tudo o que gostaria de fazer, me dá uma melhor visualização dos projetos e fica mais organizado e prático reconhecer as prioridades.

  • Dia das mães com almoço aqui em casa?
  • Que tal passar o aniversário da minha mãe em Araruama?
  • Começar a pensar no aniversário de casamento que é no começo do mês de junho.
  • Planejar um roteiro bacana para o aniversário do meu pai.
  • Pensar no recomeço das aulas de pandeiro… Julho, talvez.
  • Planejar o arraiá com nosso time.
  • Iniciar musculação.
  • Pensar numa ida à Vila Velha para visitar os primos e comer caranguejo.
  • Aproveitar o outono e a troca de horário no pilates e ir às segundas e sextas de bicicleta.
  • Agendar revisão do carro.
  • Ir mais vezes ao teatro e cinema.
  • Voltar a idealizar o projeto “um amigo cozinha”.
  • Montar grupo de encontro com mulheres.
  • Fazer exames de imagem.
  • Checkup com ginecologista.
  • Tô muito afim de fazer curso de cerâmica, será que começo esse mês?
  • Dar andamento às consultas da minha mãe.
  • Vibrar mais no positivo.
  • Não cansar desse blog.

Não fica com preguiça, comece agora a fazer sua listinha. Vai ver como faz diferença essa visualização.

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Links afetivos – Abril 2023

Voltando a dividir os links afetivos… Voltando a dividir esse blog que tem propósito e é especial (uma hora eu conto, com calma).

Das minhas navegações (apesar de não ter nada de marinheira), links afetivos que se estendem feito raízes. Afeto, palavra, música, receita quem sabe… Acolhimento, diversão, arte. Tudo o que pulsou em mim e que compartilho em forma de movimento.

Todo último dia do mês (tá atrasado, confesso), vou dividir os achados em forma de link.

  • Substack: plataforma para a criação de newsletters por e-mail ou para os que desejam se tornar escritor. Consumir e receber por e-mail apenas os conteúdos que escolher assinar.
  • Da mesma plataforma, a newsletter do Mateus Habib, Prato Feito. Ele escreve sobre comida, bebida, cultura. Cheguei a fazer a assinatura mensal, mas hoje mesmo li que, agora, todos os conteúdos dele serão todos liberados gratuitamente.
  • Tristeza, amor, abertura: O caminho budista da alegria, livro que me acompanhou durante esses dois últimos meses com instruções sobre compassividade e amor.
  • Detox (de novo?), podcast bacana sobre a promessa de detox, vida perfeita, intoxicação, desintoxicação e a perda da chance de compreender o que realmente nos deixa intoxicado.
  • Vídeo com resumo animados sobre as 7 leis espitiruais do sucesso por Deepak Chopra.
  • O filme Em uma ilha bem distante conta a história de uma mulher completamente exausta de dar conta de marido desatento, filha rebelde e pai rabugento. Apagada pela exaustão ela resolve deixar tudo e ir em direção à herança deixada pela mãe: Uma casa na Croácia. Daí pra lá, só descoberta e uma mulher renascendo após os 40. Aquela pegada de que sempre há vida mais bonita se saímos da inércia e entramos no movimento. Café com leite para suspirar com as paisagens, com a casa de pedra maravilhosa, com o renascimento brilhante da mulher exausta e com o desatar dos nós.
  • De segunda à sexta, às 20 horas, Culto no lar, ao vivo, pelo Instagram da Lenita Cortes. Indico.
  • Corre aqui: Última semana no Rio de Janeiro, o Musical Pré Fabricado, uma homenagem à Los Hermanos. Não, não precisa ser fã (mas melhor se for), basta apreciar as letras, canções, sentimentos que dão forma à emoção no plural. Episódico e surpreendente, o musical não remonta o grupo em cena de forma biográfica nem convencional, vai além: de revelar histórias inéditas por trás das músicas dos Los Hermanos até inventar razões e formas para as suas criações…

Espero que algum desses links também toque você. Até o próximo mês. 😉

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Checklist mensal – Setembro 2022

Todos os meses faço checklist de tudo o que gostaria de fazer, aproveitar e planejar no mês que se inicia. Essa é uma forma de escrever os meus desejos, rever os planos, lembrar sobre coisas esquecidas e ir fazendo links entre umas e outras. Para inspirar vou dividir com vocês alguns itens (que não são particulares) da minha listinha.
Vai que você anima e desenrola.

Para começar, adoro setembro, mês de dar adeus para esses dias frios e receber a estação das flores.

Portanto, vamos ao checklist para arregaçar as mangas e viver esse mês de forma mais planejada e os próximos sem correria.

  • Faltam 3 meses pro meu aniversário. Esse ano completo 40 anos e já gostaria de começar a organizar o que fazer.
  • Preciso muito de um tênis confortável para o único dia que vou ao Rock in Rio.
  • O que fazer no feriado de 7 de setembro? Já sugeri um churras com as amigas.
  • Que tal um retiro espiritual como presente de aniversário? Gostaria muito de passar desse ciclo em silêncio, me aprofundando no autoconhecimento. Se decidir, é hora de começar a planejar.
  • Tem feriado em Novembro. Queria taaanto ir pra Bahia. Já dá pra pensar nisso também.
  • Desfrutar de uma manhã indo à praia de bicicleta.
  • Todos os dias fazer um exercício com maior gasto calórico.
  • Voltar para as aulas de pandeiro.
  • Não faltar o pilates.
  • Ir ao cinema e assistir a algum filme em cartaz.
  • Também quero muito ir ao teatro.
  • Passear por um lugar / bairro diferente do meu e almoçar ou jantar num restaurante gostoso e bem recomendado.
  • Tomar boas atitudes com algumas pessoas.
  • Elogiar 2 mulheres que acho incríveis.
  • Cortar e clarear o cabelo.
  • Experimentar dizer mais ´sim para coisas novas.
  • Reunir os amigos para jantar na casa da floresta.
  • Me dedicar ao curso de escrita.
  • Levar roupas na costureira.
  • Trocas as roupas que comprei on line na loja física (ô preguiça).
  • Não deixar de frequentar a OESR.
  • Agendar checkup.

E só começar a listar tudo que tá ruim, não tá funcionando, precisa melhorar ou você gostaria muito de fazer. Assim vai escrever, fixar e isso te ajuda a criar ações para realizar.
Tem metas importantes nessa listinha também, mas chamar de meta fica mais rígido pra mim. E assim, não gosto.

Links afetivos – Agosto 2022

Navego bastante por aí e adoro inspirações. Os links passeiam comigo grande parte do dia. Vejo algo interessante e já encaminho pra alguém que tem tudo a ver ou que adoraria ler ou ver. Além dos links que comparilho comigo mesma. Aliás quem não tem um grupo de WhatsApp exclusivo com si próprio tá perdendo tempo, heim!

A ideia desse blog é ir além e inspirar. Mostrar que existem coisas que tocam, mesmo quando não há pretensão. Um olhar apurado e um sentido mais lúdico é certeiro para novos experimentos.

Assim, todo último dia do mês, vou dividir links de achados bacanas sobre o que leio, ouço, assisto e vejo por aí.

Resposta à pergunta feita ao Cara Estranho do Vida Simples sobre como voltar a viver. Bem dentro do que acredito sobre a vida: estar em constante movimento.

45 do primeiro tempo é um podcast interessante com pessoas e histórias inspiradoras. Inspiração a e ancestralidade, série no Netflix: Uma nova mulher.

A maravilhosa fazenda de Lenny Kravitz, em Duas Barras, RJ. Nada mal. 😉

Queer Eye Brasil, 5 fabulosos – e maravilhosos – transformam a vida de pessoas comuns com histórias marcantes. Coração aberto dividindo sentimentos e conexões. Prepara o lenço.

Aproveitando, tem link inspiração com 6 músicas calmas para cozinhar no Outono.